terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Visita técnica ao Museu de Ciências Naturais




Órgão de pesquisa e educação, criado em 5 de novembro de 1955, integra a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. O Museu de Ciências Naturais promove a divulgação científica por meio da publicação de periódicos, guias e manuais de flora e fauna, mostra permanente da biodiversidade do Estado e exposições de curta e longa duração, temporárias e itinerantes, além de oficinas, cursos e projetos educativos voltados à comunidade escolar e ao público em geral.

Missão:Desenvolver pesquisas, manter acervos biológicos, promover a difusão do conhecimento e atuar na formação de recursos humanos, visando a conservação da biodiversidade.


Visão
: Ser reconhecido como centro de excelênca em pesquisa, educação e preservação de acervos da biodiversidade regional, participando na formulação de políticas públicas na área ambiental.


Valores
:
- Excelência
- Integridade
- Pioneirismo
- Valorização das pessoas
- Ambiente participativo
- Transparência de gestão.


Estrutura: Possui 15 laboratórios, 70 gabinetes de pesquisa, 10 salas de coleções científicas e 4 salas de exposições, totalizando 3000m quadrados.

Projetos:NATURALISTAS DA REGIÃO SUL
Traduções de textos naturalísticos históricos

O que é o projeto?
Produtos
O tradutor
Abordagem metodológica
Artigos traduzidos na primeira série do projeto Naturalistas da Região Sul
Quem foi Ihering?
Documentos relacionados (nova lista de aves do RS)



O que é o projeto?

O projeto Naturalistas da Região Sul tem por objetivo disponibilizar traduções de textos e artigos originais de relevante interesse histórico-científico, mas pouco acessíveis ao público brasileiro em geral, escritos por naturalistas estrangeiros que atuaram no Rio Grande do Sul no passado. Além de resgatar um conjunto singular de informações sobre a fauna, a flora e o ambiente natural do Estado nos primórdios de sua ocupação pelos imigrantes europeus, o projeto também pretende prestar um tributo àqueles naturalistas estrangeiros que, tendo sido decisivos para a construção do conhecimento científico no sul do Brasil, têm parte ou a totalidade de sua obra ainda muito pouco conhecida entre os pesquisadores de hoje.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, através de seu Museu de Ciências Naturais, e a organização não-governamental Theris - Grupo de Pesquisa, Manejo e Conservação da Vida Silvestre. O projeto é coordenado pelos pesquisadores Glayson Ariel Bencke (gabencke@fzb.rs.gov.br), do Setor de Ornitologia/MCN, e Fábio Silveira Vilella e Mariana Faria-Corrêa (theris.rs@bol.com.br), da Theris.
(informação do site oficial do Museu)


A visita técnica:


Iniciou-se com a mediação do estagiário da instituição apresentando os fósseis de inúmeras escavações realizadas no Estado, dentre elas o Decuriasuchus da quarta colônia, Arcossauro, Cinodonte, Dicinodonte (componentes de uma exposição de curta exposição - Hall de entrada). Após, inicia-se a exposição de longa duração, onde inúmeras espécies animais e seus habitats podem ser visualizados. A exposição buscou a interatividade em sua montagem, tendo inúmeras estandes com botões onde o visitante pode tocar e perceber melhor as indicações das legendas. Inclusive as legendas são claras, explicativas de fácil acesso devido a sua altura e proximidade com o visitante. A linguagem é bem acessível, abrangendo um público mais generalizado.

Exposição Interativa e Inclusiva sobre anfíbios da área urbana de Porto Alegre.

Esta exposição sequencial ao trajeto da exposição de longa duração, traz em seu interior inúmeros posteres, réplicas de material borrachento, facilitando a inclusão de inúmeros visitantes pelo tato. Ainda há a recriação de um espaço-habitat dos sapos, um aquário com girinos e um sistema computadorizado de emissão de sons dos diferentes anfíbios, focando nos sapos, rãs e assemelhados.

Exposição - Símbolos do Rio Grande do Sul:
Inúmera espécimes animais típicos do RS (preservadas) são expostasao som de músicas tradicionalistas. Legendas explicativas e informações sobre os mesmos encontram-se nas paredes do setor.



Ação educativa: O museu desenvolve inúmera atividades lúdicas como orientação de visitas de escolas (que fazem visitações de tempos variados - muitas vezes inúmeras turmas e escolas ao mesmo tempo), oficinas e o programa o "museu vai a escola", onde a instituição empresta uma série de materiais (réplicas de fósseis, mapas da biodiversidade, etc) que podem ser trabalhados em sala de aula. A instituição preocupa-se em receber o feedback das suas práticas. Inúmeros níveis de ensino das mais variadas escolas do RS procuram a instituição.

Aula teórica do dia 06/12 (Exemplos de Fernando Hernández)

Neste encontro, continuando as discussões do texto do arte-educador Fernando Hernández na arte da cultura visual e de seus estudos através da metodologia de projetos, foram apresentados os três "cases" aplicados em escolas espanholas, que segundo o autor não são receitas prontas de como se trabalhar desta maneira com arte, são apenas experiências que podem servir de inspiração para outros professores e profissionais da área. O terceiro caso foi apresentado pelo grupo ao qual fui membro componente*
* Ao leitor que desejar uma cópia do ppt sobre o capítulo com maiores detalhes entrar em contato email felipecontripaz@hotmail.com



>EXEMPLO 1
O QUE SE PODE APRENDER DE UM QUADRO?



A compreensão de mudanças de estilo num pintor PICASSO para a figuração abstração de KANDINSKY. Para ajudar usamos a noção de símbolo. Os alunos tinham aprendido que estilo podia ser a maneira de pintar. As mudanças vinham porque eles haviam aprendido a pintar melhor. Pra seguir nesta linha inicial de raciocínio usamos ainda:
(Picasso e Kandinsky)







Salvador Dali (Ângelus arquitetônico de Millet) e Paul Klee. Lançamos três perguntas a serem respondidas por escrito. O que foi pintado? Do que falam as obras? O que podemos estudar e aprender de um quadro?
(Salvador dalí, Paul Klee)




A primeira de caráter mais imaginativo e exploratório, a segunda tentando buscar o contexto dos quadros, sobre o que realmente eles podem estar falando. A terceira de caráter mais profundo busca que os alunos perguntem-se sobre o que a arte de quadros pode trazer para eles. Inicialmente é complicado, parece que os alunos não entendem que um quadro pode falar. Eles dizem que vêem ou imaginam, mas não visualizam a “fala”. A partir das respostas, demo-nos conta de que nos falta informação, documentação e instrumentos para poder interpretar.

Assim, buscamos analises sobre o autor, suas inspirações, vida...
Após as leituras retornamos aos quadros. Já sabíamos quem era Millet e tínhamos lido uma interpretação do quadro em que Dali se inspirou. Ampliamos as possibilidades de aprendizagem e lhes perguntamos, diante da reprodução do quadro de Millet: por que acham que estão rezando e estão tristes?
O trabalho ficou em constante pesquisa e retorno a obra.

AVALIAÇÃO
Para que tomassem consciência do que haviam aprendido, foi pedido que comparassem o que haviam dito no inicio do processo com o que pensavam no final. Também fizeram sua versão para Ângelus de Millet. As professoras também aprenderam e relataram no texto.

CRÍTICA AOS FUNCIONáRIOS DE MUSEUS E EDUCADORES
É curioso que muitos adultos se surpreendam com o que os meninos e as meninas “sabem”, mas que insistam que não deva ensinar-lhes conceitos, noções novas. Quanta negação das possibilidades dos alunos de aprender dominam muitos educadores e responsáveis por museus! Quantos estereótipos sobre a expressividade e a percepção regem as concepções sobre a educação artística de muitos adultos! Quão pouco se leva em conta o conhecimento acumulado na pesquisa e em múltiplas experiências e projetos sobre o que os adultos possam aprender!





EXEMPLO 2
APRENDER A VER PARA APRENDER A INTERPRETAR O MEIO

Abordar o meio urbano como referência para a educação artística é uma linha de trabalhos freqüente em outros países. Com a finalidade de ensinar a olhar esteticamente, aprender a utilizar procedimentos de representação e interpretação do meio e valorizar as intervenções ambientais. Nesse enfoque de estabelecimentos de relações com o meio, parte-se da necessidade de educativa, apresentou-se aos alunos da turma de sexta série de EGB a possibilidade de realizar um projeto sobre Arte no meio urbano. A finalidade principal desse projeto era que os alunos começassem a adquirir uma postura mais participativa e criativa no momento de decidir sobre seu meio. A reflexão estética constitui o veículo para alcançar esse objetivo.

Observando trabalhos de Capel e Muntanõla (1981 e 1984) que organizam o tema em eixos:
- O reconhecimento de sintomas no meio, o que implica aprender a ler e escrever o meio urbano ou natural.
- Realizar diagnósticos, desenvolver senso de valorização do meio.
- Prescrições ou transformações do meio pelas quais se possa evidenciar o tipo de conhecimentos.

O projeto inglês mencionado, intitulado arte no meio urbano (Adams, 1980-1982-1984) pode ser um exemplo.

OS DIFERENTES SENTIDOS DO MEIO NA EDUCAÇÃO
Vai além da carência ou negatividade: os estudantes não tem uma experiência válida do que lhes cerca portanto, é necessário ensinar-lhes tudo o que diz respeito à formação de seus conhecimentos sobre o meio.
Chombaart de Lauwe (1977) os alunos não tem uma imagem e uma experiência do meio. No entanto, o meio, na educação, costuma aparecer como algo externo que se deve conhecer, tal como acontece com a matemática ou a história, e não se costuma levar em conta que já esteja incorporação à história de cada um, fazendo parte de suas vivências e experiências pessoais.

As intenções do projeto
Objetivos gerais e específicos:
- Aplicar os conhecimentos derivados, da arquitetura, da psicologia ambiental, e do paisagismo, ao desenvolvimento de um projeto de trabalho.
- Aprofundar no sentido da atitude globalizadora que se reflete na organização do currículo por projeções.

Os alunos devem sair do bloqueio do “não sei desenhar” para se posicionarem diante do meio em que habitam.
Assim segundo Adams (1989)
- Percepção
- Análise
- Avaliação
- Projetar modelos
- Tomada de decisões

Tiram fotos do meio para relacionar com os desenhos. Separam-se as mesmas por diferentes classificações: cores, função dos objetos, natureza, aspectos sociais, vinculação causal, utilização de conceitos. O bloqueio foi sendo derrubado com auxilio dos alunos do Belas Artes que usaram do procedimento esboços naturais.

Após as férias de fim de ano, relacionaram com figuras de revistas o que fizeram no período de pausa.


EXEMPLO 3
POR QUE A ARTE SE TRANSFORMA?


Até aqui, mostramos a primeira parte da conversa que reflete o tipo de aula. Uma aula em que o diálogo é um dos mediadores da aprendizagem. Essa conversa revela como os alunos se relacionam com o conhecimento artístico. Não é, um falar por falar. Nesse caso, oferece-se o ponto de partida que centrará a idéia-chave do projeto: a noção de mudança e sua explicação na esfera da Arte.
Trabalharam Filosofia e Educação Artística.
Por que a arte se transforma
- A história da Arte:
- O que é arte?
- O futuro de Arte

O que nos leva a refletir sobre a idéia-chave, o problema a ser pesquisado no projeto.
Essa pergunta permitia que se encontra-se um tema compartilhado e apresentado pelos alunos.
Os alunos elaboraram um mapa em aula. Surgem os problemas, o principal a inspiração para poder realizar o projeto. Após foi escrito novo mapa.
As afirmação dos alunos foram organizadas por temas.
- Definição de Arte
- O papel da arte e dos artistas
- O papel dos artistas jovens
- O reconhecimento dos outros
- A evolução da arte
- A evolução da sociedade

Comecei a encontrar o que poderia dizer. A professora destaca a diferença entre o que podemos aprender sozinhos e com os outros. Combina-se trazer, para a próxima sessão, informações que permitem ir abordando os itens e as perguntas do sumário. Também se decide preparar uma entrevista sobre alguns aspectos que não aparecem nos livros e vídeos que foram recolhidos.

Com esses três documentos (a conversa, o sumário e a lista das capacidades). Os alunos ainda conseguiram comunicar-se com os estudantes do Belas Artes propondo questionários surgentes da pesquisa. Alguns inclusive disseram nunca terem sido perguntados sobre tais questões. Assim, importante também comunicar aos outros o que sabemos e aprendemos, por meio de murais, transparências.

Lembramos que cada um deveria selecionar uma série de obras que mostrassem a evolução da arte, procurando, além disso, um critério que sustentabilisasse essa seleção. Não foi apenas uma sessão, mas 8 ou 10 horas extras, para selecionar obras, ver cópias, verificar .

Surgiram dentre os alunos três tipos de explicação:
- Espelhos; Alicia traz a exposição que tem o espelho como ator principal. Utiliza desde artifício para aplicar a evolução das obras de arte. O Casal Arnolfini (Van Eick), As Meninas e Vênus do espelho (Velásquez), A camareira de Folies Berger (Manet).






- Encarna traz outro olhar, o fio condutor de sua escolha é que a arte reflete algum aspecto da vida da sociedade dos artistas. A ronda da noite (Rembrandt) As meninas (Velásquez), A escola de desenho natural da Real Academia de Londres (Joham Zaffany). Abordou correntes artísticas, temas descritivos e temas conceituais.




PARA SABER MAIS SOBRE FERNANDO HERNÁNDEZ


Referências Youtube

http://www.youtube.com/watch?v=eVtNBO8WYCg , Conferencia de Fernando Hernández en la Casa Nacional del Bicentenario (Primera Parte)
http://www.youtube.com/watch?v=jT_YdC5wNLY, Fernando Hernandez
http://www.youtube.com/watch?v=NsTlPwTW__s, DIM entrevista Fernando Hernández (UB): Trabajos por Proyectos










terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Brinquedo é coisa séria: Visita técnica a exposição

No dia 29/11 fomos a visita técnica no Memorial do Rio Grande do Sul para acompanhar a exposição promovida pelas colegas da Museologia, Brinquedo é coisa séria, onde brinquedos eram expostos de maneira a problematizar a questão identitária implicitamente presente nas representações pueris. O brinquedo de "menino" e de "menina" se mesclaram para acalourar as discussões entre os visitantes da mostra. A exposição ficou locada na Sala de Múltiplos Usos do Memorial do Rio Grande do Sul (Sete de Setembro, 1.020), na Capital. Propondo uma reflexão sobre a interferência dos brinquedos na construção da identidade na infância, os alunos do curso de Museologia da UFRGS apresentam instalações com objetos de crianças.

Discussões teóricas: Fernando Hernández e a Cultura Visual

Na aula do dia 22/11 discutimos a parte inicial do texto de Hernández - Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho, onde o autor aborda alguns conceitos sobre interpretação, Cultura Visual, trabalho por projetos entre outros. A temática ganha em importância no mundo contemporâneo bombardeado por inúmeros recursos imagéticos a cada momento. O mundo é imagem, representações retratadas de inúmeras maneiras e emitidas ao receptor. 
Por ter formação ligada as artes visuais, Hernández aborda as relações entre o saber escolar através de projetos que visem a abarcar a imensidão de produtos criados pela cultura visual. No texto estudado e discutido nesta aula, em primeiro momento uma análise mais teórica dos conceitos, passando ao segundo momento onde três exemplos de trabalhos por projetos foram realizados. Este segundo momento será melhor abordado na aula do dia 06/12, sendo apresentadas as experiências do artigo em grupos divididos anteriormente, para tornar mais dinâmica a discussão.








 Figura 1: Fernando Hernández
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/pensadores-da-educacao/fernando-hernnndez.shtml



Fichamento complementar do texto de Fernando Hernández:

Primeiro conceito trabalhado é o de interpretação, que vem a ser compreender e manifestar explicitamente essa compreensão. Sempre estamos interpretando...
Os produtos culturais constituem representações ou expressões de experiência por intermédio de sistemas codificados de símbolos.  Esse é o fundamento da cultura.

Interpretar é, portanto, decifrar. Implica decompor o objeto. Toda a interpretação é uma representação, por meio de símbolos, de uma concepção de algo. Então, existe graus de interpretação. Depende da familiaridade, da competência, do conhecimento.

Em Calabrese (1989), encontramos uma aproximação à interpretação que considero útil para a Compreensão da Cultura Visual (CCV) na escola. Implica levar em conta que:

-         Descrever um fenômeno da cultura significa prescindir de sua qualidade, se por isso se entende emitir um juízo de valor.
-         Busca-se achar algumas conexões entre objetos distantes , a descrição não depende só do autor.
-         A interpretação é também a confirmação de um preconceito. Ninguém pode liberar-se de seus julgamentos prévios que, além do mais, são condição da experiência, mas a submissão aos mesmos reduz a interpretação ao rotulado.

CULTURA VISUAL; BASES PARA UMA DEFINIÇÃO TRANSDISCIPLINAR DE CONHECIMENTOS
 Na educação escolar é preciso realizar uma empreitada através do cruzamento de olhares. Os do passado e os do presente. Isso significa que os objetos não tem vida, mas sim adquirem sentido pela experiência de quem os olha e os possui. Mas, ao mesmo tempo, os objetos são uma fonte de conhecimentos. O que nossa proposta curricular reivindica e a necessidade de pesquisar sobre esses objetos para aprender com eles.

A ARTE NA EDUCAÇÃO COMO ESTUDOS DAS REPRESENTAÇÕES CULTURAIS
 Há uma ponte entre duas práticas sociais: a arte e a educação. Ambas se movimentam aparentemente sob posições ao mesmo tempo antagônicas ou confluentes. A arte é uma forma de conhecer e representar o mundo. A educação organiza o conhecimento privado em relação às formas públicas de representar o mundo.
Michael Parsons (1996) sugere uma série de questões para abordar essa relação. A primeira refere-se a finalidade e à importância de “fazer arte”na escola. A segunda é a relação entre os enfoques formalistas e a importância do contexto cultural. Por fim, é necessário enfrentar a problemática da relação da arte com o restante do currículo.

A NOÇÃO DE CULTURA VISUAL COMO EIXO DA EDUCAÇÃO PARA A COMPREENSÃO
 A noção de cultura visual é interdisciplinar e busca referenciais da arte, da arquitetura, da história, da mediatologia, da psicologia cultural. Há os contestadores que acreditam que a Nova História tenha influenciado na criação de uma nova História da Arte. De NOSSA PARTE a noção de cultura visual corresponde as mudanças nas noções de arte, cultura, imagem, história, educação...
Walker e Chaplin (1997) a cultura visual tem como objeto de estudo os artefatos materiais produzidos pelo trabalho, ou seja, ação e pela imaginação dos seres humanos.
Baxandall (1976) e Alpers (1987) utilizam a noção de cultura visual com referencia ao atributo de uma sociedade ou de um estrato da mesma. Baxandall utiliza aos grupos que, no Renascimento, desenvolveram algumas estratégias visuais e cognitivas específicas para poder facilitar sua apreciação das novas formas de pintar e representar a realidade. Por sua vez, Alpers se refere a pintura holandesa.

Na educação, os termos critico-critica aparecem de maneira freqüente e com sentidos diversos, neste contexto critica significa ao mesmo tempo avaliação e juízo. Sobretudo se levarmos em conta a opinião de inúmeros autores. Para responder a novas questões departamentos de historia da arte foram rebatizados de cultura visual, tendo em vista aumentar o leque de discussões. Porém, esta multiplicidade não é vale tudo.  O OBJETIVO na verdade é explorar as representações que os indivíduos, segundo suas características sociais, culturais e históricas, constroem da realidade. Trata-se de compreender o que se representa para compreender as próprias representações. Na cultura visual não há leitores, mas sim construtores e interpretes na medida em que a apropriação não é passiva nem dependente.

Do ponto de vista da noção de patrimônio vinculada a reafirmação da identidade nacional de um grupo e relacionada a um território, uma língua ou uma religião, ao mesmo tempo em que é revisitada e questionada, tende a ser apresentada como o resultado do cruzamento dos olhares, valores, representações e histórias de diferentes grupos e tradições. Cito na validade de mestiçagem do patrimônio substituir a exclusividade de um só grupo.

COMO ORGANIZAR O CURRÍCULO PARA ENSINAR A COMPREENDER A CULTURA VISUAL?
Traça alguns pontos que podem ser adotados:
-         A expansão, cada vez mais global, da informação e das fontes de conhecimento.
-         As mudanças crescentes no mundo e nas nossas formas de entende-lo, devido à compreensão das tecnologias e do espaço e tempo.
-         Contato crescente entre indivíduos, crenças e culturas.
-         Relação mais forte e interativa entre pesquisa e desenvolvimento social devido a rapidez das comunicações e a reorientação e desenvolvimento constante do conhecimento.

TRES PROJETOS DE TRABALHO PARA A COMPREENSAO DE CULTURA VISUAL
ALGUMAS DUVIDAS QUE SE APRESENTAM QUANDO SE MOSTRAM EXEMPLOS DE MATERIAL CURRICULAR
Quando se concretiza a experiência curricular e se pretende torna-la publica, surgem as seguintes perguntas que refletem, em boa parte, uma concepção dos materiais curriculares distanciada da norma e da réplica total e fragmentada.
-         Como apresentar um material curricular para que seja aberto?
-         Como se pode vencer a distancia entre o reflexo de uma experiência rica em matizes e os limites de por no papel?
-         Como refletir o sentido de compreensão que se encontra na pesquisa que o docente e os alunos realizam e que nem sempre aparece no que é lido como apresentação de atividades?
-         Como mostrar as sensações individuais de forma grupal, dos docentes, alunos e colaboradores?
-         Como refletir o conjunto de vozes?

ALGUMAS POSSIVEIS RESPOSTAS SOBRE O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES
Quem adapta material curricular depara-se com possíveis alternativas:
-         Adaptar conceitos da matéria a qual é especialista ao nível educativo
-         Parti de um tema no qual os conteúdos devam ser transmitidos, e apresentar diferentes propostas de atividades para que os professores (ou alunos) possam escolher.
-         Propor a trajetória pelo tema como uma história que se organiza em diferentes momentos.
-         Transladar a própria experiência, que se baseia no singular.
-         Partir da própria experiência, avalia-la, relaciona-la com outras perspectivas e enfoques (e exemplos) e organizar o resultado, destacando o processo seguido.

AS NOÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO, APRENDIZAGEM E ENSINO PRESENTES NESSES PROJETOS
Concebe a aprendizagem como uma produção ativa (não passiva) de significados em relação aos conhecimentos sociais e a própria bagagem do aprendiz.  A ordenação ou sequencialização dos conteúdos não se articula como um sistema experimentado, em que o professor deva prever todas as decisões antes de realizar a tarefa de ensinar. Procede-se de acordo com a definição de alguns roteiros de ação.

A IDEIA EDUCATIVA QUE ORIENTA OS PROJETOS DE TRABALHO
 Quando falamos de projetos, o fazemos pelo fato de imaginarmos que possam ser um meio de ajudar-nos a repensar a refazer a escola. Entre outros motivos, porque, por meio deles, estamos reogarnizando a gestão do espaço, do tempo, da relação entre os docentes e os alunos, e sobre o discurso escolar.
No contexto atual de bombardeio de informações os projetos auxiliam na triagem do que pode ser mais significativo.

A NECESSIDADE DE REPENSAR O SABER ESCOLAR E DE POSICIONAR-SE DIANTE DAS MUDANÇAS

Os que procuram entender porque a escola esta seccionada em períodos de 50 minutos. Popwick (1987), as matérias escolares são o resultado da alquimia reguladora que a instituição escolar exerce sobre os saberes culturais.

TRABALHAR POR PROJETOS NÃO É SEGUIR O MÉTODO DOS PROJETOS

-         Inspirado pela Escola Nova de Dewey e Bruner
-         Vão além dos limites escolares
-         Implicam realizar atividades
-         Os temas selecionados são de interesse de alunos e respeitam os estágios de desenvolvimento
-         Fazem experiências de primeira mão
-         Pesquisam alguma coisa
-         Promovem atividades em grupo.

FAVORECER A COMPREENSÃO COMO FINALIDADE DOS PROJETOS

A finalidade do ensino é promover nos alunos a compreensão dos problemas que pesquisam. Compreender é ser capazes de ir além da informação dada, é poder reconhecer as diferentes versões de um fato e buscar explicações. Compreender é uma virtude cognoscitiva e experiencial de tradução-revelação entre um original, isto é, uma informação, um problema, e o conhecimento pessoal e grupal relacionado a ela. Essa relação implica estabelecer trajetórias entre o passado e o presente, entre os significados que diferentes culturas dão às manifestações simbólicas e às versões dos fatos que são objeto de estudo. Implica níveis de compreensão.  
Perkins e Blythe (1994) relaciona-se com a capacidade de pesquisar um tema por meio de estratégias como explicar, encontrar evidências e exemplos, generalizar, aplicar, estabelecer analogias e representar um tema de uma forma nova.