Na aula do dia 22/11 discutimos a parte inicial do texto de Hernández - Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho, onde o autor aborda alguns conceitos sobre interpretação, Cultura Visual, trabalho por projetos entre outros. A temática ganha em importância no mundo contemporâneo bombardeado por inúmeros recursos imagéticos a cada momento. O mundo é imagem, representações retratadas de inúmeras maneiras e emitidas ao receptor.
Por ter formação ligada as artes visuais, Hernández aborda as relações entre o saber escolar através de projetos que visem a abarcar a imensidão de produtos criados pela cultura visual. No texto estudado e discutido nesta aula, em primeiro momento uma análise mais teórica dos conceitos, passando ao segundo momento onde três exemplos de trabalhos por projetos foram realizados. Este segundo momento será melhor abordado na aula do dia 06/12, sendo apresentadas as experiências do artigo em grupos divididos anteriormente, para tornar mais dinâmica a discussão.
Figura 1: Fernando Hernández
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/pensadores-da-educacao/fernando-hernnndez.shtml
Fichamento complementar do texto de Fernando Hernández:
Primeiro
conceito trabalhado é o de interpretação, que vem a ser compreender e
manifestar explicitamente essa compreensão. Sempre estamos interpretando...
Os produtos culturais constituem representações ou
expressões de experiência por intermédio de sistemas codificados de
símbolos. Esse é o fundamento da
cultura.
Interpretar
é, portanto, decifrar. Implica decompor o objeto. Toda a interpretação é uma
representação, por meio de símbolos, de uma concepção de algo. Então, existe
graus de interpretação. Depende da familiaridade, da competência, do
conhecimento.
Em Calabrese
(1989), encontramos uma aproximação à interpretação que considero útil para a
Compreensão da Cultura Visual (CCV) na escola. Implica levar em conta que:
-
Descrever um fenômeno da cultura significa prescindir de sua
qualidade, se por isso se entende emitir um juízo de valor.
-
Busca-se achar algumas conexões entre objetos distantes , a
descrição não depende só do autor.
-
A interpretação é também a confirmação de um preconceito.
Ninguém pode liberar-se de seus julgamentos prévios que, além do mais, são
condição da experiência, mas a submissão aos mesmos reduz a interpretação ao
rotulado.
CULTURA VISUAL;
BASES PARA UMA DEFINIÇÃO TRANSDISCIPLINAR DE CONHECIMENTOS
Na educação
escolar é preciso realizar uma empreitada através do cruzamento de olhares. Os
do passado e os do presente. Isso significa que os objetos não tem vida, mas
sim adquirem sentido pela experiência de quem os olha e os possui. Mas, ao
mesmo tempo, os objetos são uma fonte de conhecimentos. O que nossa proposta
curricular reivindica e a necessidade de pesquisar sobre esses objetos para
aprender com eles.
A ARTE NA
EDUCAÇÃO COMO ESTUDOS DAS REPRESENTAÇÕES CULTURAIS
Há uma ponte
entre duas práticas sociais: a arte e a educação. Ambas se movimentam
aparentemente sob posições ao mesmo tempo antagônicas ou confluentes. A arte é
uma forma de conhecer e representar o mundo. A educação organiza o conhecimento
privado em relação às formas públicas de representar o mundo.
Michael
Parsons (1996) sugere uma série de questões para abordar essa relação. A primeira
refere-se a finalidade e à importância de “fazer arte”na escola. A segunda
é a relação entre os enfoques formalistas e a importância do contexto cultural.
Por fim, é necessário enfrentar a problemática da relação da arte com o
restante do currículo.
A NOÇÃO DE
CULTURA VISUAL COMO EIXO DA EDUCAÇÃO PARA A COMPREENSÃO
A noção de
cultura visual é interdisciplinar e busca referenciais da arte, da arquitetura,
da história, da mediatologia, da psicologia cultural. Há os contestadores que
acreditam que a Nova História tenha influenciado na criação de uma nova
História da Arte. De NOSSA PARTE a
noção de cultura visual corresponde as mudanças nas noções de arte, cultura,
imagem, história, educação...
Walker e
Chaplin (1997) a cultura visual tem como objeto de estudo os artefatos
materiais produzidos pelo trabalho, ou seja, ação e pela imaginação dos seres
humanos.
Baxandall
(1976) e Alpers (1987) utilizam a noção de cultura visual com referencia ao
atributo de uma sociedade ou de um estrato da mesma. Baxandall utiliza aos
grupos que, no Renascimento, desenvolveram algumas estratégias visuais e
cognitivas específicas para poder facilitar sua apreciação das novas formas de
pintar e representar a realidade. Por sua vez, Alpers se refere a pintura
holandesa.
Na educação, os
termos critico-critica aparecem de maneira freqüente e com sentidos diversos,
neste contexto critica significa ao mesmo tempo avaliação e juízo. Sobretudo se
levarmos em conta a opinião de inúmeros autores. Para responder a novas
questões departamentos de historia da arte foram rebatizados de cultura visual,
tendo em vista aumentar o leque de discussões. Porém, esta multiplicidade não é
vale tudo. O OBJETIVO na verdade é
explorar as representações que os indivíduos, segundo suas características
sociais, culturais e históricas, constroem da realidade. Trata-se de
compreender o que se representa para compreender as próprias representações. Na
cultura visual não há leitores, mas sim construtores e interpretes na medida em
que a apropriação não é passiva nem dependente.
Do ponto de
vista da noção de patrimônio vinculada a reafirmação da identidade nacional de
um grupo e relacionada a um território, uma língua ou uma religião, ao mesmo
tempo em que é revisitada e questionada, tende a ser apresentada como o
resultado do cruzamento dos olhares, valores, representações e histórias de
diferentes grupos e tradições. Cito na validade de mestiçagem do patrimônio
substituir a exclusividade de um só grupo.
COMO ORGANIZAR O
CURRÍCULO PARA ENSINAR A COMPREENDER A CULTURA VISUAL?
Traça alguns
pontos que podem ser adotados:
-
A expansão, cada vez mais global, da informação e das fontes
de conhecimento.
-
As mudanças crescentes no mundo e nas nossas formas de
entende-lo, devido à compreensão das tecnologias e do espaço e tempo.
-
Contato crescente entre indivíduos, crenças e culturas.
-
Relação mais forte e interativa entre pesquisa e
desenvolvimento social devido a rapidez das comunicações e a reorientação e
desenvolvimento constante do conhecimento.
TRES PROJETOS DE
TRABALHO PARA A COMPREENSAO DE CULTURA VISUAL
ALGUMAS DUVIDAS
QUE SE APRESENTAM QUANDO SE MOSTRAM EXEMPLOS DE MATERIAL CURRICULAR
Quando se
concretiza a experiência curricular e se pretende torna-la publica, surgem as
seguintes perguntas que refletem, em boa parte, uma concepção dos materiais
curriculares distanciada da norma e da réplica total e fragmentada.
-
Como apresentar um material curricular para que seja aberto?
-
Como se pode vencer a distancia entre o reflexo de uma
experiência rica em matizes e os limites de por no papel?
-
Como refletir o sentido de compreensão que se encontra na
pesquisa que o docente e os alunos realizam e que nem sempre aparece no que é
lido como apresentação de atividades?
-
Como mostrar as sensações individuais de forma grupal, dos
docentes, alunos e colaboradores?
-
Como refletir o conjunto de vozes?
ALGUMAS
POSSIVEIS RESPOSTAS SOBRE O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES
Quem adapta
material curricular depara-se com possíveis alternativas:
-
Adaptar conceitos da matéria a qual é especialista ao nível
educativo
-
Parti de um tema no qual os conteúdos devam ser transmitidos,
e apresentar diferentes propostas de atividades para que os professores (ou
alunos) possam escolher.
-
Propor a trajetória pelo tema como uma história que se
organiza em diferentes momentos.
-
Transladar a própria experiência, que se baseia no singular.
-
Partir da própria experiência, avalia-la, relaciona-la com
outras perspectivas e enfoques (e exemplos) e organizar o resultado, destacando
o processo seguido.
AS NOÇÕES SOBRE
EDUCAÇÃO, APRENDIZAGEM E ENSINO PRESENTES NESSES PROJETOS
Concebe a
aprendizagem como uma produção ativa (não passiva) de significados em relação
aos conhecimentos sociais e a própria bagagem do aprendiz. A ordenação ou sequencialização dos
conteúdos não se articula como um sistema experimentado, em que o professor deva
prever todas as decisões antes de realizar a tarefa de ensinar. Procede-se de
acordo com a definição de alguns roteiros de ação.
A IDEIA
EDUCATIVA QUE ORIENTA OS PROJETOS DE TRABALHO
Quando falamos
de projetos, o fazemos pelo fato de imaginarmos que possam ser um meio de
ajudar-nos a repensar a refazer a escola. Entre outros motivos, porque, por
meio deles, estamos reogarnizando a gestão do espaço, do tempo, da relação
entre os docentes e os alunos, e sobre o discurso escolar.
No contexto
atual de bombardeio de informações os projetos auxiliam na triagem do que pode
ser mais significativo.
A NECESSIDADE DE
REPENSAR O SABER ESCOLAR E DE POSICIONAR-SE DIANTE DAS MUDANÇAS
Os que procuram
entender porque a escola esta seccionada em períodos de 50 minutos. Popwick
(1987), as matérias escolares são o resultado da alquimia reguladora que a
instituição escolar exerce sobre os saberes culturais.
TRABALHAR POR
PROJETOS NÃO É SEGUIR O MÉTODO DOS PROJETOS
-
Inspirado pela Escola Nova de Dewey e Bruner
-
Vão além dos limites escolares
-
Implicam realizar atividades
-
Os temas selecionados são de interesse de alunos e respeitam
os estágios de desenvolvimento
-
Fazem experiências de primeira mão
-
Pesquisam alguma coisa
-
Promovem atividades em grupo.
FAVORECER A
COMPREENSÃO COMO FINALIDADE DOS PROJETOS
A finalidade do
ensino é promover nos alunos a compreensão dos problemas que pesquisam.
Compreender é ser capazes de ir além da informação dada, é poder reconhecer as
diferentes versões de um fato e buscar explicações. Compreender é
uma virtude cognoscitiva e experiencial de tradução-revelação entre um
original, isto é, uma informação, um problema, e o conhecimento pessoal e
grupal relacionado a ela. Essa relação implica estabelecer trajetórias entre o
passado e o presente, entre os significados que diferentes culturas dão às
manifestações simbólicas e às versões dos fatos que são objeto de estudo.
Implica níveis de compreensão.
Perkins e Blythe (1994) relaciona-se com a capacidade de pesquisar um tema por
meio de estratégias como explicar, encontrar evidências e exemplos,
generalizar, aplicar, estabelecer analogias e representar um tema de uma forma
nova.

Segundo o educador espanhol fernando Hernández, o que constitui a cultura visual?
ResponderExcluirSegundo o educador espanhol fernando Hernández,o que constitui a cultura visual?
ResponderExcluir